A partir da AECT Duero-Douro e de Fermoselle Villa do Vinho continuamos a trabalhar para um enoturismo de qualidade, para o desenvolvimento da nossa região vitivinícola e para dar a conhecer as nossas opiniões e ideias aos autarcas especialistas do mundo do vinho em Espanha e Portugal. Durante o Curso de análise sensorial e prova de vinhos tivemos o prazer de assistir às masterclasses de Rodolfo Baldaia de Queirós ,Presidente da Direção CVR Beira Interior  e Manuel Lima, Chefe da Cámara de Provadores da Instituto dos Vinhos do Douro e  Do Porto, que quiseram entrevistar-nos esta semana.

Masterclass Vinho da Beira Interior e Vinho da Porto

Masterclass Vinho da Beira Interior e Vinho da Porto

Rodolfo Baldaia de Queirós é licenciado em Engenharia Agrícola pela Escola Superior Agrária de Viseu, tendo também uma pós-graduação em Marketing de Vinhos pela Escola Superior Agrária de Ponte de Lima. Queirós tem já um percurso longo na Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). Desde há quase vinte anos que desempenhava as funções de Diretor Técnico da CVRBI, que acumulava com a coordenação da câmara de provadores.

Na formação do recém-eleito Presidente da CVRBI conta-se ainda o diploma WSET3, Wine & Spirit Education Trust. É também formador no Curso de Escansão (Atlas do Mundo dos Vinhos) no Turismo de Portugal.

Porque diria que dos vinhos da Beira Interior se destaca dos outros, qual seria hoje o seu ponto forte?

Os vinhos da Beira Interior, são vinhos de altitude e este fator só por si diferencia-os dos demais, uma vez que a altitude ( vinhas entre os 300 e 750 meros de altitude) conferem-lhe características únicas como uma enorme frescura . Somos também e cada vez mais uma região conhecida pelos vinhos biológicos ( organic wines) visto que a região tem ótimas condições para este tipo de vinhos mais amigos do ambiente, uma vez que pelo seu clima tem uma baixíssima incidência de doenças na vinha.

Novos horizontes para Vinhos da Beira Interior: para onde se dirige.

A Beira Interior está a ganhar dia após dia grande reconhecimento nacional e internacional. No último ano aumentamos as vendas em mais de 43% e já vendemos mais de 5 milhões de garrafas de vinhos certificado na região como DOC Beira Interior e IG Terras da Beira. O caminho é continuar acrescer no mercado interno e fazer uma grande aposta nos mercados internacionais. Temos marcado presença regular em algumas das maiores feiras de vinhos do mundo como a PROWEIN em Düsseldorf na Alemanha e a PROWINE em São Paulo no Brasil; ao mesmo tempo temos feito em parceria com outras regiões visitas inversas de importadores de várias latitudes tais como; Alemanha, Bélgica Polónia México Colômbia etc.

O que pensa sobre o curso de Análise Sensorial e Degustação de Vinho organizado pelo AECT Duero-Douro em Fermoselle

O Curso de análise sensorial e muito importante para dar “ ferramentas” aos profissionais do setor para prestarem um serviço ao cliente cada vez mais profissional e melhor.

Na sua opinião, esta formação é necessária para as pessoas que trabalham no sector do vinho? Porquê?

O mundo dos vinhos está em constante mudança e evolução e como noutros setores os profissionais desta fileira têm de atualizar constantemente para prestarem um serviço cada vez melhor.

As pessoas deste setor devem na minha opinião conhecer bem os vinhos do território assim como o próprio território e a formação é fundamental para atingir esses objetivos.

O que é o mais importante num vinho?

A sua qualidade intrínseca, mas também perceber as suas caraterísticas, de forma a conseguirmos fazer uma boa harmonização vinhos/ comida .

O vinho para além de uma bebida é sobretudo uma marca da nossa identidade e da nossa cultura e é muito importante transmitir estes aspetos a quem tem contacto com o vinho!

Queirós. Vinho do Beira Interior

Queirós. Vinho do Beira Interior

Por seu lado, Manuel Lima es Mestre em Engenharia Agronómica e Chefe da Câmara de Provedores do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto desde 2015. É docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e formador da WSET desde 2011, bem como membro da Comissão Organizadora do Congresso «Douro e Porto – Memória com Futuro» e investigador de métodos visuais e instrumentais de análise de vinhos do Porto.

O que pensa sobre o curso de Análise Sensorial e Degustação de Vinho organizado pelo AECT Duero-Douro em Fermoselle?

Penso o curso de Análise Sensorial e Degustação de Vinho organizado pelo AECT Duero-Douro em Fermoselle, onde tive o prazer de efetuar uma sessão sobre os Vinhos da Região Demarcada do Douro, apresenta conteúdos bastante abrangentes, englobando informação de Denominações de Origem com grande riqueza histórica, com vinhos bastante distintos, mas igualmente com bastante identidade. O facto de muitas das sessões serem ministradas por especialistas dessas mesmas Regiões, tornam o curso particularmente rico e diferenciado.

Na sua opinião, esta formação é necessária para as pessoas que trabalham no sector do vinho? Porquê?

Uma formação com as características da que é realizada em Fermoselle, é sem dúvida uma mais-valia para que a frequenta, especialmente se for profissional do sector do vinho, pois engloba informação ampla e atualizada.

O que é o mais importante num vinho?

Um vinho deverá, acima de tudo, ser fonte de prazer e satisfação para quem o consome.

Os vinhos poderão ter mais ou menos atributos, mas são efetivamente aqueles que perduram na nossa memória, aqueles em que conseguimos de alguma forma chegar a um determinado local a partir da estimulação dos nossos sentidos, aqueles que nos permitem refletir sobre inúmeras matérias, reforçando laços de convívio com outros, que tornam tão fascinante a descoberta deste produto.

Manuel Lima, vinho do Porto

Manuel Lima, vinho do Porto

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